quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Costura sobre a violência ¬¬A cultura do medo determina vida do cidadão no BRASIL e no mundo



Um fenômeno tão antigo quanto o mundo, em pouco mais de uma década, mudou de cara. A violência é hoje diferente do que sempre foi, constatam estudiosos do assunto. As teorias que a explicavam não dão mais conta do recado. Pela tese econômica, por exemplo, a razão da violência sempre foi a busca por ganho material (comida, dinheiro, carro, jóia etc.). Pela via política, ela é entendida como instrumento de oposição ao sistema vigente,e hoje como explicar essa onda que assusta e aprisiona inocentes em um mundo de medo?Como explicar a violência?!


Hoje ela é banal, democrática, funciona como meio de expressão, especialmente de jovens, ocupa muito bem o espaço da falta de valores sólidos e gera nos cidadãos uma tremenda obsessão pelo medo, entre outros atributos. Refletir sobre eles ajuda a perceber como a violência determina a forma de viver e também ajuda a encontrar maneiras de escapar disso.

"A violência hoje é adotada como estilo de vida",muitas vezes surge sem motivo aparente, de forma gratuita. Para o psiquiatra e psicanalista David Levisky, vice-presidente do Instituto São Paulo Contra a Violência, a fragilidade e a transitoriedade de valores que criam a identidade do indivíduo são os responsáveis por esse novo caráter da violência.
"A pessoa não encontra valores que a dignifiquem", seja na família, na escola ou nas instituições públicas. Dessa maneira, grupos se formam não em torno de uma ideologia, de uma ética comum -caso de gangues como a dos carecas e dos surfistas de trem. O que os une é a manifestação da violência em qualquer grau. "É a forma que encontram para expressar suas tensões, angústias, para dizer eu existo", diz o psiquiatra.
Já a banalização da violência, em que imagens e informações de dar medo se repetem sucessivamente no dia-a-dia seja na rua ou dentro de casa e na mídia, legitima a violência física como forma de solução de conflitos, como um valor de afirmação, diz Levisky. É o caso do pai que diz para o filho que apanhou do amigo na escola para que volte e dê o troco ao colega.
Os efeitos de comportamentos violentos são, não apenas morais, mas fisiológicos. Em um estudo cujo objetivo era medir alterações hormonais em jovens expostos a cenas de violência, realizado na faculdade Cásper Líbero (SP), em 2000, foram constatadas variações significativas que condiziam com os testes de agressividade também realizados. Isso quer dizer que a exposição torna o jovem mais violento?
Segundo o autor do estudo, o especialista em psicofisiologia Kenji Toma, "há um risco real de prolongar a tendência agressiva e criar uma patologia social ou, então, criar uma insensibilidade à violência, que é absorvida passivamente e, no lugar de despertar a indignação, gera a apatia".
O estado de indiferença e insensibilidade está associado a um modelo político-econômico em que tudo é descartável, dos bens de consumo aos meios de sustento, como o emprego. "Não há projeto nacional, políticas públicas, e as pessoas não podem nem ter projetos de vida. Vira um vale-tudo." Tal modelo dissolve as seguranças concretas das pessoas e gera uma insegurança difusa, que não tem onde se apoiar: há medo da fome, da guerra, de perder o emprego, do desastre ecológico.

"Desgovernança planetária"

Hoje vive-se um momento de "desgovernança planetária", em que as instituições e a legislação ficaram defasadas frente à velocidade com que os agentes da violência (de uma organização terrorista a uma multinacional que frauda sua situação financeira) dominaram a tecnologia da informação.

"Com a internet, pode-se agenciar de prostituição infantil aos recursos financeiros de uma organização como a Al Quaeda. Ou criar empresas virtuais que permitiram à multinacional Enron esconder sua situação financeira do governo, dos cidadãos e de seus próprios parceiros". A nova violência é, também, globalizada.Toda esta insegurança global é canalizada para o medo do crime ou da violência urbana, que vira uma obsessão". O medo generalizado, obsessivo e a nova violência difusa, que pode ser encontrada em qualquer lugar, se auto-alimentam.

Reféns da violência

Denis Mizne, diretor-executivo em São Paulo do Instituto Sou da Paz, faz referência a uma democratização do medo, que leva todos a se sentirem reféns da violência. "Isso mexe muito com a vida das pessoas e leva a reações irracionais, como armar-se ou se autoproteger sem se preocupar com a preservação da vida do outro", diz Mizne.
Ele dá um exemplo bastante ilustrativo: após o atentado terrorista ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, houve um aumento de 40% na venda de armas nos Estados Unidos. O que as pessoas poderiam fazer com um rifle na hora em que dois aviões e um arranha-céu caíam sobre suas cabeças é uma pergunta que desafia as explicações da razão. Agora, o que alguns adolescentes norte-americanos realmente fizeram com um rifle na mão, matando seus colegas de escola, todos sabem.

As campanhas de desarmamento têm ocorrido, mas é preciso mais: "Temos que desarmar o espírito". E como se opera isso? Por meio de uma nova forma de educar na família, na escola e na sociedade.

O educador Ubiratan D'Ambrósio, da Universidade de Campinas (Unicamp), explica: "Educação inclui mostrar que o diferente não é o nosso inimigo, não representa o perigo. O medo [da violência] gerou uma paranóia coletiva em que as relações humanas passam a ser de desconfiança, de animosidade. Estamos gastando muita energia, econômica e emocional, para nos defendermos de um inimigo que talvez nem exista".

É preciso que nós como cidadãos nos unamos e juntos possamos dizer NÃO...Essa luta não é somente das autoridades mas também nossa,é nosso dever cuidarmos do país em que vivemos,da familia onde nascemos e das pessoas que amamos!

Sigamos de mãos unidas para um mundo melhor!

DIGA NÃO A VIOLÊNCIA!!

*Denuncie caso de violência
Pedofilia é crime
Violência contra a mulher é crime
Homofobia é crime

¬¬ALERTA--->Muitas vezes a violência começa dentro de casa,não se omita..

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