sábado, 3 de agosto de 2013

Amor a vácuo

imagem: google


Coloquei agora há pouco o seguinte "mote" para que o google me desse respostas: "histórias de gente que fugiu com seu amor". Para minha surpresa, nenhuma história me foi mostrada. Apareceram algumas canções (de Cazuza, Vanessa da Mata a - pasmem! - Belo!) e até o questionamento "Seu gato fugiu?".

Pensei um pouco sobre o tempo das histórias que minha mãe sempre contou, de gente que se apaixonava e, quando não aceitos pela família ou por outro motivo qualquer, fugiam no meio da noite e se casavam nessa aventura de foragidos das leis sociais convencionais (afinal, pra que elas servem mesmo?). Acho que hoje as pessoas não fogem mais. Tá tudo muito "hightechizado". Tudo tem que ser muito planejado, calculado, congelado e embrulhado a vácuo. A engrenagem do amor virou um pecinha minúscula frente à grande engrenagem que move a vida. O trabalho, a família, os amigos, os conhecidosnaquartafeirapassadapelainternetqueeutambémchamodeamigos, as raízes que nos prendem a lugares que detestamos, o senhorzinho do mercadinho da esquina que sempre nos deixa ficar devendo alguns centavos pra pagar depois, tudo isso, a exemplo do João Cabral, acabou comendo o amor.

Estou convencido, depois de tamanha frustração em minha pesquisa, de uma vez por todas, a não procurar mais nada referente ao amor no google. Tenho certeza que o amor fugiu de lá. Sozinho.


Texto Eder Lopes

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