domingo, 11 de agosto de 2013

II Conferência Municipal de cultura de Arcoverde, esperando a cultura vingar.

imagem:Muriê Moraes
Alterações e destruição da fachada histórica do Cine Rio Branco não foram debatidas na conferência


Por Muriê Moraes 

Marcada para começar às 8:30 deste sábado, no auditório da AESA, a Conferência Municipal de Cultura de Arcoverde só foi começar depois das 10 horas. Se notou a pouca presença de encenadores, produtores culturais, artistas plásticos, artesãos e oficineiros. Eram esperados cerca de cem participantes para debater aspectos da cultura local, mas o evento foi de fato esvaziado. Figuras, como os atores Miro Carvalho e outros mais famosos do meio não deram as caras. O que se comenta é que, em Arcoverde, as pessoas cobram iniciativas para debater aspectos da cultura, mas na hora de um evento desse porte sequer prestigiam.

Os mais velhos comentam que a primeira conferência de cultura da cidade ocorreu, há 25 anos, em 1988, quando foi ativado o então Departamento de Cultura da prefeitura municipal, cujo diretor era o saudoso teatrólogo Geraldo Barros. De lá para cá, apesar da cidade ser pujante em muitas manifestações culturais, nunca foi criada uma secretaria de Cultura - pedido esse que foi uma constante durante o evento na Aesa.
A conferência de hoje teve como mote “Uma Política de Estado para a cultura: desafios do sistema Municipal de Cultura”. O evento foi divido por grupos em eixos - tais como “Implementação do Sistema Cultural”; “Produção Simbólica e Diversidade Cultural”; “Cidadania e Direitos Culturais” e “Cultura e Desenvolvimento”.

Foram levantadas reivindicações iniciais como a criação de um Funcultura regionalizado, o aumento de amplitude do sinal da TV Pernambuco e a inserção de um programa similar ao Todos Com A Nota específico para o setor cultural. Num dos grupos de trabalho foi debatido a destruição da fachada histórica do Cine Rio Branco, bem como da antiga fachada do Theatro Municipal(parte da extinta Sambra, atual CECORA). No entanto, nenhuma dessas reivindicações foi aproveitada no documento final.
Alguns pedidos tiveram encaminhamento: os músicos locais pediram a parceria do estúdio da Fundação Terra para que possam gravar seus CDs e que os espaços sejam diversificados para que eles possam se apresentar em outras épocas do anos e não só no São João, que seja criado um projeto similar ao "Cultura Livre na Feira", criação de cadastro cultural com os artistas da terra, implantação de feirinhas típicas nos bairros, diminuição da burocracia da Fundarpe quanto ao envio de documentação dos artistas locais para o Recife(é comum o órgão alegar que os documentos não chegaram a tempo e muitas vezes os artistas são excluídos dos eventos) e reavaliação dos valores dos cachês pagos aos artistas de Arcoverde principalmente durante o São João(há informações que grupos de oito pessoas recebem em torno de 700 reais por apresentação).
Dentro das próximas 48 horas, o Departamento de Cultura da prefeitura de Arcoverde deverá disponibilizar na internet todo conteúdo das propostas aprovadas na conferência.

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